segunda-feira, 20 de junho de 2016

Procons defendem estratégias emergenciais para enfrentar endividamento

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Ao adiar negociação, consumidores correm risco de serem tragados por dívidas impagáveis. Rolagem de juros do cartão de crédito é um dos maiores perigos para o orçamento

Devedores buscam orientação nos SPCs: dívidas relativas a serviços públicos subiram 16,7%

Com as perdas dos rendimentos do trabalho no Brasil e o aumento do desemprego – reflexos da crise econômica e política –, voltou a subir o número de contas em atraso no país. Pesquisa divulgada na semana passada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indica 59,2 milhões de brasileiros inadimplentes. 

O contingente, que representa 39,9% da população com idade entre 18 e 95 anos, é preocupante, de acordo com órgãos de defesa do consumidor, que defendem estratégias emergenciais para quem está endividado e para quem corre o risco de cair na malha do crédito negativo (veja o quadro). Uma das armas mais importantes é enfrentar a dívida; agir imediatamente, caso contrário o valor poderá se tornar impagável em pouco tempo.

Os indicadores do SPC Brasil e da CNDL mostraram, no mês passado, ante abril de 2015, que houve aumento de 5,80% no universo de brasileiros inadimplentes. Só na passagem de março para abril, aproximadamente meio milhão de brasileiros deixaram de pagar alguma conta e foram inscritos nos cadastros de restrição ao crédito. O contingente de quase 60 milhões de brasileiros com contas em atraso representa o maior número na história do SPC, que acompanha a inadimplência desde 2012.

Os devedores foram pesquisados nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste, segundo o SPC Brasil. Em razão da lei estadual 16.569/2015, conhecida como ‘Lei do AR’, que dificulta a negativação de inadimplentes em São Paulo, o levantamento não tem dados do Sudeste nem, inclusive, de Minas Gerais. Por esse motivo, o SPC Brasil informa que o número real de consumidores inadimplentes em âmbito nacional pode ser ainda maior.

Em Belo Horizonte, por exemplo, o Procon da cidade registra aumento da procura de endividados por ajuda da instituição. “Chegou o momento de os cidadãos estancarem as dívidas. Se eles não tomarem uma atitude rápido, a situação vai ficar insustentável e inegociável”, comenta a coordenadora do Procon-BH, Maria Lúcia Scarpelli. O cenário é tão preocupante que o Procon da capital, pela primeira na sua história, fez mutirão em 15 de março com o objetivo de socorrer quem estava devendo na praça. “Conseguimos que cerca de 800 pessoas pudessem negociar suas dívidas com os credores. Para o mutirão vieram profissionais de bancos e de empresas de telefonia, entre outros”, conta Scarpelli.

A coordenadora do Procon-BH explica que, diante da situação, muitas empresas estão dispostas a negociar. “A primeira coisa que o consumidor endividado deve fazer neste momento é pedir o cancelamento dos cartões de crédito. Ao mesmo tempo, terá de assumir o compromisso de pagamento parcelado do que deve”, aconselha. A taxa média dos juros nos cartões de crédito subiu para 435,6% ano em abril e se manteve no maior patamar desde outubro de 1995. Ao mês, a taxa aumentou de 14,95% para 15,01%, com base em levantamento feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

JUROS EXTORSIVOS “Os cartões de crédito e cheque especial criam falsa impressão de que a pessoa tem o dinheiro e ela se esquece de que se trata de um empréstimo a juros extorsivos”, comenta Scarpelli. O consumidor endividado não tem de conviver com o sentimento da vergonha da situação. “Não adianta fugir da dívida e também não cabe ao consumidor alegar desconhecimento daquilo que deve”, avisa, acrescentando que não adianta recorrer ao Banco Central.

“O cidadão deve, sempre, conferir suas faturas. Hoje, no país, temos fraudes e clonagem, por isso, é sempre bom guardar o cupom de uma compra e esperar a fatura do cartão de crédito chegar para conferir o que vem sendo cobrado”, observa a coordenadora do Procon-BH. Uma dívida de R$ 3 mil tomados em bancos, por exemplo, segundo Scarpelli, dificilmente resultará em ação ajuizada pela instituição contra o devedor. “Porém, é muito desconfortável não ter crédito na praça. Por isso, vale sempre a pena tentar negociar o que deve”.

‘Pendura’ atinge água e energia

Segundo a pesquisa do SPC, além do aumento da quantidade de devedores, também houve elevação do volume de dívidas registradas nos cadastros de inadimplentes. Neste último caso, considerando-se as quatro regiões analisadas pelo estudo, as variações positivas foram de 6,09% na comparação anual – abril último frente o mesmo mês de 2015 – e de 1,12% na comparação com março deste ano, sem ajuste sazonal.

A abertura do indicador de dívidas em atraso por setor da economia, segundo o levantamento, revela que o brasileiro tem enfrentado dificuldades para realizar o pagamento, até mesmo de contas básicas. O maior avanço no número de dívidas se deu no ramo dos serviços prestados pelas empresas de fornecimento de água e luz, com alta de 16,68% na base anual de comparação.

Além das dificuldades para custear despesas básicas, o resultado também reflete a disposição crescente dessas concessionárias de serviços públicos em negativar os consumidores inadimplentes, como forma de acelerar o recebimento dos compromissos em atraso. “Tem se tornado mais comum que essas empresas negativem o CPF do residente antes de realizar o corte no fornecimento”, afirma a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Em segundo lugar, destaca-se o crescimento de 5,34% das dívidas junto a bancos, que englobam atrasos nos pagamentos dos extratos do cartão de crédito, de empréstimos, financiamentos e seguros, seguido pelo comércio (4,64%) e o setor de comunicação, que consiste nas contas de telefonia, internet e TV por assinatura. Ainda que o crescimento das dívidas junto às empresas prestadoras de serviços de água e luz seja o principal destaque de abril, os débitos com os bancos são os que concentram, proporcionalmente, o maior número de pendências, com participação de 41,59% no total de dívidas em atraso das quatro regiões, seguido do comércio, com 24,20%

SAIA DA CORDA FINANCEIRA 

1 - Assuma o que deve, porque fugir das dívidas só as torna ainda maiores
2 - Procure negociar. Se o credor for um banco, faça um acordo e não assuma parcelas maiores do que possa pagar
3 - Ainda que esteja com dívidas no cartão de crédito, procure a operadora, negocie e cancele o cartão
4 - Confira sempre as suas faturas de cartões, pode ter havido fraude ou clonagem sem que você tenha percebido
5 - Se a situação estiver muito apertada, procure empréstimos consignados (por ter juros menores) para quitar uma dívida maior
6 - Evite fazer qualquer outra dívida, como compras parceladas, até quitar tudo o que deve

EVITE CAIR NO ENDIVIDAMENTO

1 - Ao fazer uma compra tente responder: Eu preciso disso? Preciso disso para agora? Eu posso comprar isso? As perguntas vão ajudar você a se conter diante de um consumo impulsivo
2 - Neste momento da economia, com juros altos, fique atento aos financiamentos e dê preferência às compras à vista
3 - Faça planejamento constante do seu orçamento e corte gastos
4 - Anote tudo o que comprar. Essa medida simples ajuda a controlar os gastos
5 - Pesquise preços. Hoje o comércio está mais preocupado em vender mesmo que a preço um pouco menor do que esperaria o lojista
6 - Se for necessário, cancele viagens ou outros programas, os quais você sabe que vão apertar seu orçamento.
Fonte: Portal do Consumidor - 16/05/16

Renegociação de dívidas

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Já virou rotina tomar empréstimo aqui para pagar outro ali. Muitas famílias já incorporaram o pagamento de prestações e juros no orçamento doméstico e não conseguem se livrar desse círculo vicioso.

A crise econômica complicou ainda mais uma situação que já era bastante frágil. De um lado, a elevação dos juros aumentou o custo dos empréstimos, e, de outro, o desemprego reduziu a receita da família.

Em vez de reduzir despesas, repensar hábitos de consumo e eliminar excessos, muitos escolhem o caminho mais fácil: pedir empréstimo. Financiar a fatura do cartão, usar o limite do cheque especial e fazer outro empréstimo consignado são as "soluções" que muitos adotam.

Os credores fazem de tudo para receber o dinheiro de volta. Feirões de renegociação de dívida são organizados por credores, dispostos a negociar com os devedores e recuperar ao menos parte do dinheiro.

O consumidor vê na renegociação de dívida uma forma de limpar o nome, cedendo à enorme pressão das assessorias de cobrança. Muitos o fazem por se sentirem excluídos do mercado, da sociedade. Ou não suportam os telefonemas agressivos, com abordagens ameaçadoras, e acabam aceitando acordos que não conseguirão cumprir.

De um lado, as instituições financeiras com urgência em recuperar o dinheiro emprestado. De outro, pessoas com vontade de ajustar os compromissos ao orçamento familiar. Se as duas partes possuem interesse na solução, não há razão para não chegarem a um acordo.

ADIMPLENTE

Muitos credores se recusam a renegociar com devedores que estão "adimplentes", ou seja, estão pagando as parcelas. Acontece que essa pontualidade no pagamento não é espontânea nem voluntária. Como a conta-corrente do cliente é debitada automaticamente, é falsa a percepção de que está tudo bem. Não está.

Se você está adimplente, pagando com dificuldade as dívidas contraídas em modalidades, prazos e custos inadequados, chame o credor para uma conversa, mostre informações sobre sua situação financeira e alerte para o fato de que a inadimplência será inevitável se as linhas de crédito não forem readequadas.

Dica valiosa: cancele o débito automático da operação de crédito e, se for o caso, de salários depositados via bancos –faça a opção pela poupança-salário, por exemplo. Cancele também o limite do cheque especial para evitar que o banco pague a prestação de um empréstimo pessoal com o rotativo.

INADIMPLENTE

Para os casos em inadimplência, o ideal é negociar um bom desconto para liquidar o débito. Não tem dinheiro? A saída é negociar o alongamento da dívida, partindo do saldo devedor devido, eliminando os encargos moratórios.

Para fazer uma boa renegociação de dívida, é preciso organização. Pesquise e entenda como a dívida está classificada no BC. Demonstre como pretende saldar a dívida. Seja determinado para alterar hábitos de consumo para efetivamente cumprir o compromisso assumido visando recuperar seu crédito e tranquilidade.

SISTEMA SCR

O Sistema de Informações de Crédito do BC (SCR) permite identificar como o empréstimo está contabilizado. Diferentemente dos cadastros restritivos, apresenta valores de dívidas a vencer (sem atraso) e de dívidas vencidas (com atraso). Trata-se de fonte de informação importante, pois traz o exato saldo devedor na data de emissão do relatório.

O SCR pode ser consultado pelas pessoas físicas e pelas instituições financeiras desde que tenham autorização específica. Será de grande valia na renegociação de dívidas. Quando o sistema registra que a operação de crédito permanece na posição "ativa" da instituição financeira, o percentual de desconto para quitação do débito dificilmente ultrapassa 10%. Se constar na posição de "vencido", o desconto poderá ser bem maior. Se o crédito foi "vendido para terceiros", o percentual de desconto pode chegar a 60% do saldo devedor.

Dívida, por algum tempo e até certo limite, pode viabilizar crescimento patrimonial e conquista de objetivos. Se você está endividado e não possui conhecimento e segurança suficientes para renegociar com seu credor, busque ajuda. 
Fonte: Folha Online

Veja como não cair nas ciladas do cartão de crédito

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Em março deste ano, a modalidade representou 74,2% das dívidas, embora tenha sofrido uma retração, comparado ao mesmo período de 2013 (76,3%), ainda é um alto índice.


Segundo o educador financeiro, Reinaldo Domingos, outro indicador assustador é de que a população de classe baixa gasta 10% do salário com compras parceladas no cartão de crédito, e as parcelas da fatura, por sua vez, representam 36% dos gastos no cartão.

“Os números são altos e bem fora da realidade que deveria ser e, por esse motivo, reforço sempre a importância da educação financeira para mudar esse cenário”, afirma. Mas no final das contas, o cartão de crédito é um vilão ou um aliado das finanças da família?

O educador lembra que o cartão é uma ferramenta segura de compra, que pode trazer vantagens, se bem utilizada, como milhagens e alguns dias para pagar uma compra. No entanto, se mal utilizada, pode causa sérios danos à saúde financeira, tornando-se num círculo vicioso. Veja algumas dicas de como utilizar o crédito de forma responsável e consciente:

1- O limite do cartão de crédito não deva ultrapassar 50% do salário ou ganho mensal, o que evitará gastar mais do que se recebe;

2- Pela grande facilidade de parcelamento no cartão de crédito, a cada dia aumenta mais o endividamento das pessoas. Assim, ao fazer parcelas fixas, é preciso ter consciência que está comprometendo os meses futuros do orçamento mensal;

3- O principal erro em relação ao cartão é pagar a parcela mínima; isso deve ser evitado. As altas taxas de juros cobradas acabam levando a pessoa à inadimplência. “Caso não consiga pagar a parcela total, procure outra linha de crédito que não ultrapasse 2,5% ao mês”, afirma Domingos;

4- Evite o pagamento de anuidade do cartão. Hoje, é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção; também nunca empreste o cartão de crédito à outra pessoa, mesmo que seja conhecida;

5- Se tiver apenas um ganho mensal, deverá ter apenas um cartão de crédito; caso ganhe semanalmente, poderá ter até três cartões, para os dias 10, 20 e 30. Com isso, poderá comprar seis dias antes do vencimento de cada um deles, ganhando 36 dias para pagamento.

6- Uma boa forma de utilizar o cartão é saber aproveitar os benefícios que a forma de pagamento pode oferecer, seja em prêmios ou milhagens;

7- Caso perca o controle financeiro e não consiga pagar a fatura total do cartão no vencimento, é preciso fazer, imediatamente, um diagnóstico financeiro e descobrir o verdadeiro problema. Junto com isso, deverá buscar uma linha de crédito com taxas de juros baixos;

8- É importante estar consciente que, ao parcelar no cartão de crédito, haverá pagamento de juros em cada prestação;

9- Sempre que possível, evite utilizar o cartão. Tente poupar dinheiro para comprar à vista e pedir descontos;

10- O cartão utilizado sem consciência promove compras por impulso. “É preciso ter responsabilidade na hora de consumir; sempre pergunte se realmente precisa disso, se tem dinheiro para comprar e se tem como pagar a fatura total do cartão no seu vencimento”.
Fonte: InfoMoney - maio/2016

Conheça seus direitos na hora de renegociar as dívidas

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Com desemprego em alta, especialistas apontam quais os cuidados de quem precisa acertar as contas

RIO - A secretária Ana Cristina Ribeiro ficou desempregada e precisou recorrer ao cheque especial para quitar suas contas. De volta ao mercado de trabalho, ela pretende parcelar o que deve, só que seu banco, o Santander, soma a dívida com valores a vencer do cartão de crédito, o que aumenta o montante e extrapola seu orçamento. O caso de Ana Cristina não é o único, no momento em que o Brasil vive o segundo ano seguido de recessão e 11 milhões estão na fila do desemprego. Neste momento de crise, órgãos de defesa do consumidor alertam que há direitos a se defender nas renegociações de dívidas.

— Meu cartão vem sendo pago regularmente, não faz sentido fazerem isso. O banco deveria considerar a minha renda atual e que eu quero muito pagar. Estou com o nome sujo por causa disso, algo que nunca tinha acontecido. E o pior: a dívida está virando uma bola de neve.

A economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, afirma que, por não haver regulamentação que trate do assunto, as políticas de renegociação da maioria dos bancos são abusivas. Por isso, alerta para que o consumidor só entre em um refinanciamento se ele tiver condições de quitar as parcelas. No caso de cobranças arbitrárias, o cliente deve denunciar aos órgãos de defesa do consumidor e procurar a Justiça para que o contrato seja revisto.

— Na situação citada, como na maioria, observamos abusividade. Os bancos estão impondo regras sem levar em consideração as rendas dos clientes e os valores que já foram pagos. Eles incluem dívidas que estão sendo quitadas e ainda induzem as pessoas que estão em dia, mas com dificuldades em fazer o pagamento, a atrasar e pagar mais juros, pois as instituições só fazem a renegociação em caso de alguma inadimplência — pondera.

Procurado, o Santander informou que está em contato com a cliente para avaliar a melhor opção para solucionar o caso.

Marcelo Monteiro, especialista em mercado de recuperação de créditos e diretor de Novos Negócios da PH3A, diz que, ao renegociar, seja com banco, loja ou prestador de serviço, o mais importante é analisar os aspectos financeiros da dívida: se o valor está correto, se os juros aplicados são os contratados, se as condições propostas são justas e se cabem no bolso do devedor.

Vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro é enfático. O consumidor só deve fechar o acordo se as condições atenderem às suas necessidades:

— Se verificar que a prestação vai ficar acima de sua capacidade de pagamento, ele tem o direito de recusar e apresentar uma contraproposta. Não é obrigado a aceitar logo a proposta apresentada pelo credor. Trata-se de um acordo mútuo. Só deve aceitar se entender que a negociação foi justa e que vai conseguir cumprir com o que foi proposto.

Ribeiro afirma que, diante do atual cenário econômico, as instituições financeiras e lojas preferem perder um pouco, dar um desconto, para ter a certeza de receber parte daquele dinheiro. E o consumidor tem direito de dizer do que precisa para que a dívida não continue crescendo.

NOVA DÍVIDA, NOVO CONTRATO

Uma renegociação pode ser entendida como um novo contrato, que deixe claro, para ambas as partes, obrigações e direitos. Segundo Monteiro, o melhor é que o processo seja bem documentado e que todas as condições sejam plenamente compreendidas e aceitas:

— Isso protege ambos os lados em caso de um questionamento na Justiça. Em uma negociação com os bancos, não é diferente. Mas, pela natureza financeira, e pela complexidade dos cálculos de juros, taxas e correção, é prudente compreender e esclarecer qualquer dúvida, para que o consumidor não se sinta lesado.

A recepcionista Edivania Alves mudou de emprego e seu salário caiu à metade. Até reequilibrar seu orçamento, optou por um empréstimo de R$ 1.400 no Itaú. Ela já tinha uma dívida no cartão de crédito de R$ 600, cuja parcelas ainda iriam vencer. A recepcionista atrasou uma das prestações do cartão e renegociou o total da dívida. Ela diz que, ao fazer o refinanciamento, viu o empréstimo, então em cerca de R$ 2 mil, pular para mais de R$ 10 mil:

— Já paguei bem mais do que peguei. Quero quitar as parcelas que faltam, o problema é que querem que eu pague mais 40 parcelas de R$ 250.

O Itaú disse ter tentado diversos contatos com a cliente, sem êxito, e informa que já ofereceu outra proposta de renegociação da dívida, e aguarda retorno da cliente para fechar o acordo.

Presidente do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon), Amanda Flávio de Oliveira diz que, estando os consumidores de boa-fé e dispostos a renegociar as dívidas, a criação de obstáculos que dificultem a repactuação não pode prevalecer.

Quando o consumidor está inadimplente e o credor o inscreve em algum cadastro de restrição ao crédito, como SPC ou Serasa, basta pagar a dívida para que o nome seja excluído, obrigatoriamente, do cadastro em cinco dias, esclarece o promotor de Justiça Sidney Rosa da Silva Junior:

— O melhor é pagar ou parcelar o débito. Embora alguns prestadores desse tipo de serviço sejam sérios, já vimos falsos intermediários. Os cadastros de inadimplentes não podem se recusar a prestar as informações ao consumidor ou cobrar qualquer quantia para isso, devendo, inclusive, informar a fonte da inadimplência.

O CAMINHO DA NEGOCIAÇÃO

CRÉDITO: Verifique as condições do crédito: juros, multas, no caso de atraso, e formas pelas quais o credor poderá cobrá-lo em caso de inadimplência

EXCLUSÃO AUTOMÁTICA: O nome do consumidor deve ser excluído dos cadastros de inadimplentes, no máximo em cinco dias, após o pagamento da conta ou renegociação da dívida. Não há ônus para consumidor. Não é necessário contratar empresas para fazer esse serviço de limpeza do nome

PAGAMENTO ANTECIPADO: Ao renegociar a dívida e antecipar algum pagamento, os juros futuros embutidos devem ser descontados. Órgãos de defesa do consumidor podem fazer o cálculo desse desconto

NEGOCIAÇÃO: O consumidor deve procurar o credor diretamente para negociar a dívida. Se for apresentada uma proposta, o consumidor não precisa aceitá-la na hora. Pode oferecer uma contraproposta.
Fonte: O Globo Online - maio/2016

Confira tudo o que o pacote de serviços essenciais bancários inclui

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Veja se conhece o que os bancos oferecem ao abrir uma conta corrente ou poupança

1- Para as contas de depósitos à vista:

a) fornecimento de cartão com função débito para todos os titulares previstos em contrato

b) fornecimento de segunda via do cartão referido acima, exceto nos casos de pedidos de reposição feitos pelo correntista decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à instituição emitente
c) realização de até 04 (quatro) saques, por mês, em guichê de caixa, inclusive por meio de cheque ou de cheque avulso, ou em terminal de autoatendimento

d) realização de até 02 (duas) transferências de recursos entre contas na própria instituição, por mês, em guichê de caixa, em terminal de autoatendimento e/ou pela internet

e) fornecimento de até 02 (dois) extratos, por mês, contendo a movimentação dos últimos trinta dias por meio de guichê de caixa e/ou de terminal de autoatendimento

f) realização de consultas mediante utilização da internet

g) disponibilizar, até 28 de fevereiro de cada ano, extrato consolidado discriminando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a, no mínimo, tarifas, juros, encargos moratórios, multas e demais despesas incidentes sobre operações de crédito e de arrendamento mercantil

h) compensação de cheques

i) fornecimento de até 10 (dez) folhas de cheques por mês, desde que o correntista reúna os requisitos necessários à utilização de cheques

j) prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos (são consideradas meios eletrônicos as formas de atendimento eletrônico automatizado sem intervenção humana), sendo que a utilização dos canais de atendimento presencial ou pessoal, bem como dos correspondentes no País, por opção do correntista, estando disponíveis os meios eletrônicos, pode acarretar a cobrança de tarifas, ou seja, se não estiverem disponíveis nos meios eletrônicos, não poderá haver cobrança de tarifas

2- Para contas de depósitos de poupança:

a) fornecimento de cartão com função movimentação

b) fornecimento de segunda via do cartão referido acima, exceto nos casos de pedidos de reposição feitos pelo correntista, decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à instituição emitente

c) realização de até 02 (dois) saques, por mês, em guichê de caixa ou em terminal de autoatendimento

d) realização de até 02 (duas) transferências, por mês, para conta de depósitos de mesma titularidade

e) fornecimento de até 02 (dois) extratos, por mês, contendo a movimentação dos últimos trinta dias

f) realização de consultas mediante utilização da internet

g) disponibilizar, até 28 de fevereiro de cada ano, extrato consolidado discriminando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a, no mínimo, tarifas, juros, encargos moratórios, multas e demais despesas incidentes sobre operações de crédito e de arrendamento mercantil

h) prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos (são consideradas meios eletrônicos as formas de atendimento eletrônico automatizado sem intervenção humana), sendo que a utilização dos canais de atendimento presencial ou pessoal, bem como dos correspondentes no País, por opção do correntista, estando disponíveis os meios eletrônicos, pode acarretar a cobrança de tarifas, ou seja, se não estiverem disponíveis nos meios eletrônicos, não poderá haver cobrança de tarifa.
Fonte: O Globo Online - maio/2016

Saiba como economizar até R$1.188 por ano em tarifas bancárias

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Muitas vezes, os gastos com as tarifas cobradas pelos bancos não são colocados na ponta do lápis, mas, acredite, eles pesam no bolso. De acordo com sondagem feita pela Proteste nos cinco principais bancos do país, o cliente pode gastar até R$1.188 por ano com essas taxas.

Já parou para pensar que esse gasto poderia ser evitado? Uma das formas é optar pelo pacote digital, que é isento de tarifas. O detalhe é que essa opção permite apenas transações pelos canais de atendimento eletrônico como internet e caixa eletrônico. O cliente só será cobrado caso utilize o guichê do caixa.

Vale dizer que não são todas as instituições financeiras que oferecem esse serviço. É necessário se informar no seu banco.

Outra maneira de evitar gastos com as tarifas é optar pelo pacote de serviços essenciais,que reúne as operações básicas e é isento de tarifas. A boa notícia é que o serviço é oferecido por todos os bancos. O pacote inclui saques (quatro por mês), extratos (dois) e folhas de cheque (dez).

Conhecia essas duas opções? A maioria dos bancos brasileiros não faz muita questão de divulgar justamente por causa da gratuidade, mas agora você já sabe como ficar livre de cobranças.
Fonte: consumosocial.catracalivre.com.br

Por que temos tanto medo em falar sobre dinheiro?

Na origem, o dinheiro era um simples intermediador de trocas de mercadorias utilizado para simplificar a transação entre bens de diferentes valores e qualidades. Foi uma ideia excelente e que facilitou muito a vida das pessoas.

Com o passar dos séculos, transformou-se num valor em si mesmo, gerando o gosto, em muitas pessoas, de acumulá-lo; isso com o intuito inicial de se precaver contra qualquer tipo de escassez ou adversidade futura. Possuir uma boa quantidade de reservas passou a ser a meta de muita gente e os que tiveram sucesso nessa empreitada passaram a ser objeto de múltiplas emoções. Assim, o dinheiro se associou a emoções íntimas e a outras que os mais ricos provocam nas outras criaturas.

Perto do quanto se pensa no tema, é curioso observar que se fala pouco sobre o dinheiro. Nesse aspecto, passou a ser algo semelhante ao sexo: transformou-se em assunto tabu, importantíssimo, mas pouco conversado. Falar muito em dinheiro tornou-se “cafona”, daí um certo recato da maioria. Em paralelo, as questões relativas ao tema só aumentaram de importância. O bacana passou a ser o usufruto das vantagens materiais sem falar sobre valores, como se fosse natural ter acesso aos privilégios que só o dinheiro pode oferecer. Penso que as pessoas só falam sobre suas posses sem constrangimento com seus agentes financeiros.

Do ponto de vista subjetivo, possuir uma boa quantidade de dinheiro pode despertar inúmeras emoções, sendo que as principais são o orgulho, o medo, a vergonha e a culpa. Uns se envaidecem por possuir bastante dinheiro e até gostam de se exibir e buscar o destaque através dele. São pessoas que adoram provocar a admiração e a inveja das outras por essa via, o que costuma ser indício de uma certa futilidade e baixa autoestima. Outros têm medo de provocar a inveja porque a consideram ameaçadora, capaz de gerar danos e reforçar processos que possam contribuir para atos agressivos contra eles. Muitos têm medo de mostrar sua boa condição financeira porque estarão mais propícios a serem roubados ou a pedidos de empréstimos que jamais serão pagos! Além do mais, os que se beneficiam desses empréstimos tendem a se tornar inimigos, incapazes de gratidão. Isso porque, ao se sentirem por baixo, pedintes, desenvolvem mais que tudo uma forte hostilidade invejosa.
Imagem: internet
Muitos são os que sentem vergonha de possuírem mais do que seus amigos íntimos ou parentes próximos, de modo que não é raro que escondam deles suas reais condições materiais. A vergonha e a culpa se misturam, de modo que podem até se sentir mal por terem uma condição privilegiada. Não querem magoar e muito menos humilhar aquelas pessoas de quem gostam muito. O dinheiro vai se tornando um objeto ambivalente: por um lado provoca prazer por permitir acesso a bens especiais, viagens inesquecíveis… por outro, cria constrangimentos e pode dificultar o relacionamento com pessoas importantes do ponto de vista emocional. A ambivalência é sempre fonte de ansiedade e de certa tensão íntima. É claro que nesses contextos não se fala em dinheiro, pois o medo de magoar impede qualquer conversa mais livre sobre assuntos relativos a custos, ganhos e gastos.

Os que têm pouco dinheiro por comparação com seus amigos e parentes se sentem por baixo e não raramente evitam conversar sobre o tema por vergonha, por não se sentirem à vontade para expor suas limitações nesse item cada vez mais importante da vida. Como regra, sentem-se mal e podem até mesmo evitar a companhia de quem tenha condição financeira melhor. Hoje em dia, em função da fartura de bens que o dinheiro pode comprar e da vontade quase universal de possuí-los, tem se tornado muito difícil o convívio entre pessoas que tenham grandes diferenças de situação material; e isso é uma pena, pois se trata de mais um fator de afastamento e afrouxamento dos importantes elos de amizade.

Alguns, inconformados com suas limitações nessa área, agem de modo leviano e vivem se endividando com o intuito de adquirirem os bens de luxo que tanto admiram; além do usufruto, visam desfilar perante os conhecidos como mais bem-sucedidos do que, de fato, são. É claro que evitam falar de dinheiro, pois teriam que inventar histórias fantasiosas que inevitavelmente desembocariam em contradições.

Não deixa de ser fascinante pensarmos que uma simples e sábia invenção humana acabe por se transformar em algo extremamente complexo e de importância capital, capaz de mobilizar todas as emoções humanas. Afora a saúde, o dinheiro disputa em importância apenas com os assuntos relativos à vida sentimental. A propósito, vale citar uma dessas ironias que contém grande sabedoria, típicas de Nelson Rodrigues: “o dinheiro compra até mesmo o amor verdadeiro!”
Por: Flávio Gikovate
Fonte: medium.com/itau

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Como os problemas com dinheiro afetam diretamente a sua vida pessoal !

Há alguns anos eu tive uma crise de enxaqueca severa, daquelas que anulam a possibilidade de manter uma vida normal. Até mesmo pensar passou a ser uma tarefa dolorosa. Fui ao hospital algumas vezes até que uma tomografia detectou um pequeno aneurisma que só podia ser tratado cirurgicamente. Felizmente os avanços da medicina são fantásticos, e as cirurgias de hoje são menos invasivas. O procedimento todo foi feito por um cateter, que, como num passe de mágica, eliminou o aneurisma, a dor e o medo.

Não, este artigo não é sobre aneurismas ou cateteres, mas é sobre dor de cabeça, sim. Durante as várias consultas que fiz, uma coisa me chamou a atenção: os médicos sempre queiram saber como andava minha vida financeira. Perguntavam se eu estava preocupado com dívidas, se tinha problemas para pagar minhas contas, se estava gastando mais do que ganhava.

Felizmente eu podia dizer que não estava com problemas financeiros, e que estava com as contas em dia. Curioso, indaguei a um dos médicos sobre essa pergunta, e ele foi enfático em dizer que o sofrimento psicológico provocado pela falta de dinheiro é uma das mais importantes, e presentes, causas da dor de cabeça, além de outros problemas de saúde.

Faz sentido, pensei, pois a dificuldade financeira não se esgota em si mesma. Na verdade, é um problema que tem o potencial de produzir muitos outros, nas mais diversas áreas da vida de uma pessoa, de uma empresa e até de um país inteiro.

A explicação está na profunda conexão que o dinheiro tem com quase tudo com que nos relacionamos. Para entender, podemos recorrer aos ensinamentos de um psicólogo americano chamado Abraham Maslow. Ele é conhecido por ter estudado profundamente as necessidades do ser humano, que devem ser atendidas para que ele seja um ser integral e realizado. Na verdade, sua maior contribuição não foi a lista das necessidades em si mesma, mas a hierarquia que ele criou para elas, e que acabou conhecida como a Pirâmide de Maslow.

Segundo ele, uma pessoa só se ocupa de uma necessidade se outra, anterior, estiver devidamente atendida. Na versão simplificada, as necessidades colocadas na base da pirâmide são as fisiológicas, seguidas das de segurança pessoal, relações humanas, afeto, até chegar ao ápice, onde estaria a busca da realização pessoal.
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A teoria de Maslow é facilmente verificável em várias áreas da vida, como nas escolas, nas empresas e nas famílias. Explica, por exemplo, porque uma pessoa com fome não trabalha bem, com sono não consegue estudar, sem estar integrado ao grupo não se compromete com os objetivos da empresa, ou ainda, porque um jovem abandona a família para se ligar a um grupo com que ele se identifica minimamente.

A análise desse estudo nos ajuda também a entender a vida conflituosa que uma pessoa passa a ter quando está em desiquilíbrio financeiro. Gastar mais do que se ganha é o caminho certo para que a pirâmide inteira de uma vida seja balançada. Relações humanas são afetadas, casamentos são abalados, projetos e sonhos são arquivados, e a própria autoestima, tão importante à estabilidade emocional e à felicidade pessoal, sofre com significativas fissuras.

O lado positivo de um momento de dificuldade financeira, é que, por seu grande desconforto, ele provoca movimento, atitude, revisão da vida, realinhamento das prioridades.

É sempre conveniente lembrar o que dizem todos os manuais de alfabetização financeira: o dinheiro não é responsável nem pela crise, nem pela tranquilidade. O que está por trás dessas duas possibilidades é a gestão que fazemos de nossos recursos. Em geral, pessoas que entram em desiquilíbrio o fazem mesmo depois de terem mudado seu patamar de ganho. Gastar mais do que se ganha é sempre possível, independente de quanto você ganha. Estar equilibrado, também.

Por isso, empenho no ganhar, cautela no gastar e sabedoria no investir, formam a melhor combinação para evitar as dores de cabeça, e manter a pirâmide das necessidades em seu devido lugar. Experiência própria.
Por: Eugênio Mussak
Fonte: medium.com/itau

Educação financeira das crianças é tarefa só dos pais? Escolas provam que não

Imagem: dsop
Sucesso de projetos em colégios de SP mostra que compromisso e sustentabilidade se constroem desde cedo

Há três anos o Colégio Marista Arquidiocesano, em São Paulo, incluiu a temática da educação financeira na sua grade curricular e vem ensinando seus alunos do ensino fundamental ao médio a lidar de maneira saudável com o dinheiro.

Durante a infância, as noções da educação financeira são trabalhadas de forma lúdica, por meio de excursões e brincadeiras em sala de aula. A simulação do ‘mercadinho’, que conta com caixa, produtos e dinheiro de verdade ensina as crianças a escolher, comprar e refletir sobre o valor do dinheiro. O passeio a um dos principais parques e espaços educativos da cidade não compreende apenas jogos, mas também discussões sobre quanto e como cada estudante gasta seu dinheiro em cada atividade.

Do quarto ao sexto ano, a brincadeira fica um pouco mais séria, com ensinamentos sobre conceitos, como juros e parcelamentos, e ideias de responsabilidade, desperdício e sustentabilidade. E do nono ano até a conclusão do ensino médio, os alunos já se tornam aptos a lidar com problemas envolvendo financiamentos, empréstimos, juros simples e juros compostos, e cálculos de descontos. A essa altura, os mercadinhos são substituídos por apostilas, exercícios e elaboradas apresentações.

Foi a coordenadora de matemática do colégio, Rita Laselva, quem teve a ideia de inserir a educação financeira na educação tradicional do Marista. A ideia não foi bem aceita apenas entre os professores, mas também entre os estudantes.

“A matemática financeira é uma parte da matemática que chama a atenção dos alunos. Eles são muito receptivos aos ensinamentos e levantam muitos questionamentos, especialmente em relação às maneiras como ele pode ser aplicado. É comum, por exemplo, eles trazerem para a sala de aula ideias e perguntas sobre investimentos levantadas durante diálogo com os pais, então, eles acabam se envolvendo bastante”, conta Laselva.

As maneiras de usar a mesada também é uma questão que ganha espaço em sala.

“A gente começa a ensinar que eles precisam poupar parte desse dinheiro, e eles passam a questionar se realmente precisam gastar toda a quantia que ganham dos pais. A gente também percebe mudanças das atitudes deles em relação ao dinheiro, quando, por exemplo, eles questionam o preço dos produtos da cantina.”

Mas não é preciso ser um adolescente para ter esse tipo de atitude. O estudante da Escola Estadual Luis Elias Atiê, Antônio Cassiano Ferreria, de apenas 7 anos, mostra no dia a dia que uma criança pode aplicar no dia a dia conceitos básicos de matemática financeira.

“Quando a gente vai ao supermercado, ele não coloca mais a mesma quantidade de coisas que ele costumava colocar. Eu limito o número de guloseimas que ele pode comprar a apenas uma. Depois das aulas, ele começou a comprar os preços das guloseimas. Se é muito cara, e ele vê que tem uma mais barata, ele compra a mais barata”, conta a fotógrafa e mãe do Antônio, Carla Cristina Lima da Silva.

“Ele sempre lembra que a gente precisa economizar. A gente já tinha esse hábito, mas depois do projeto de educação financeira da escola eu percebi que ele ficou mais consciente. Além de deixar de ser consumista e passar a avaliar o preço dos produtos antes de comprar, ele agora se preocupa mais em guardar dinheiro. Ele está empenhado em comprar um drone e fazer uma viagem para Nova Iorque, então guarda todas as moedinhas no cofrinho”, completa.

As crianças aprendem rápido e são multiplicadoras. Com todo esse movimento acontecendo na escola, não tem como os pais não se deixarem contaminar por todos esses ensinamentos. E se engana quem acha que eles se limitam a apoiar o projeto. Eles participam dele junto com os filhos, e assim acabam aprendendo noções de educação financeira que levam à reorganização financeira da família como um todo.

“Os pais também se envolvem e aprendem bastante. Eu já incentivava o hábito de guardar moedinhas no cofrinho, mas não era nada muito sério. O projeto veio trazer informação pra gente também, porque a gente acaba sempre pecando em alguma coisa. Embora eu seja ′PhD′ em economia, percebi que tenho dificuldade de me organizar e separar as despesas do trabalho e as despesas de casa. Não me endividava, mas nunca conseguia ver o resultado do meu trabalho, nunca sobrava dinheiro. Comecei a aprender a lidar com isso depois de ir às palestras e acompanhar o conteúdo aprendido pelo meu filho na escola.”

Além de participar de palestras, os pais dos alunos do primeiro ano da Escola Estadual Luis Elias Attie recebem um material desenvolvido especialmente para eles para que aprendam noções de educação financeira e ajudem os filhos a dar continuidade ao trabalho feito em sala de aula dentro de casa.

O projeto de educação financeira foi implementado na escola estadual há um ano entre as turmas do primeiro ano do ensino fundamental, mas têm feito tanto sucesso ente alunos e professores que os docentes decidiram dar continuidade aos trabalhos no segundo ano.

As turmas de primeiro ano trabalham com um material desenvolvido pelo Grupo DSOP de Educação Financeira, que inclui apostilas para estudantes e seus responsáveis, assim como uma plataforma online com games direcionados aos alunos e cursos voltados para os pais. A consultoria prepara os professores e sugere um cronograma de aulas com uma gama variada de atividades.

O projeto ‘Sonhar, planejar, alcançar’ é desenvolvido na escola do Jardim Esmeralda pela professora de sala em parceira com a professora de educação física e a professora de educação artística. Em 2015, o colégio fez a árvore dos sonhos coletivos. As crianças desenharam o contorno de suas mãos em folhas de sulfite e dentro desenharam os sonhos de cada um. Algumas revelaram que sonhavam em comprar um tênis ou uma bicicleta, outras um carro ou uma casa para a mãe, e houve ainda quem sonhasse em fazer faculdade e ser jogador de futebol.

“Durante essa atividade, as professoras puderam explicar que para conquistar o que cada uma almeja para o futuro é necessário planejamento, seja para comprar uma casa ou uma bicicleta. Depois disso, todos fizeram um cofrinho de garrafa pet na aula de educação artística para começar o guardar o dinheiro deles”, conta a diretora Tânia Márcia Camargo.

Na vendinha organizada pelo corpo docente, os alunos aprenderam que é possível comprar um produto similar ao desejado por um preço menor e economizar, enquanto que na atividade da mochila, coordenada pela professora de educação física, as crianças assimilaram quais objetos que elas carregam são realmente necessários. Será, por exemplo, que os estudantes precisam ter tantas canetas coloridas?

Ana Rosa Vilches, diretora pedagógica da DSOP, lembra como alunos de uma escola privada parceira se mobilizaram para conquistar uma mesa de ping pong.

“Foi proposto um acordo entre a diretoria e os alunos. Para ganharem o benefício, eles teriam que colocar em prática os conceitos aprendidos em sala. Com isso, os estudantes passaram a economizar como podiam, mantendo ventiladores desligados para não gastar energia, fechando as torneiras do banheiro para não gastar água e até mesmo mantendo a limpeza do pátio durante o intervalo para que não houvesse tantos gastos com a compra de produtos de limpeza”.

Educação financeira, explica Viches, implica a adoção de hábitos sadios e não apenas a compreensão de números e planilhas. E a mudança de hábitos implica a participação e a cooperação dos pais. Por que a família que come pizzas todos os sábados não tenta comprar os ingredientes para fazer eles próprios fazerem um sanduíche ou um lanche mais elaborado? Atividades como essa tornam a criança mais consciente em relação ao desperdício, e o dinheiro que ele economiza na compra dos produtos pode ser usada para realizar um sonho!

A exemplo da Carla, mãe do Antônio, é importante que os pais participem da educação financeira dos filhos. As crianças levam para a vida muito das questões abordadas em sala de aula e trabalhadas dentro de casa sobre a relação com o dinheiro e o valor das coisas. O papel dos pais e da escola é mostrar o caminho.
por Mayara Moraes
Fonte: Brasil Econômico

Como consumidor pode reduzir juros do cartão de crédito?

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Não se pode negar os benefícios do cartão de crédito, sendo uma ferramenta para compras e pagamentos de fácil utilização e bastante segura. Em função disto, já são quase 52 milhões de usuários, segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Contudo, por esse dado também esconde um risco, pois o uso incorreto dessa ferramenta pode proporcionar sérios riscos para os consumidores, principalmente quando ocorre o descontrole financeiro, pois muitos ainda não sabem o tão exorbitantemente altas que são as taxas de juros no crédito rotativo, que são os juros cobrados quando o usuário não consegue pagar 100% da despesa feita no cartão de crédito.

Enquanto o código civil diz por lei que juros devem ser de 1% ao mês, e assim, 12% ao ano, os cartões de crédito cobram segundo dados do Banco Central mostraram 449,1% ao ano. Sendo que os juros do rotativo subiram 5,2 pontos percentuais na passagem de fevereiro para março deste ano.

Isso faz com que muitos brasileiros não consigam pagar dívidas do cartão de crédito, sendo essa umas principais razões do descontrole financeiro, e o principal motivo para inclusão do nome no SPC. Com as taxas exorbitantes, a dívida vira uma bola de neve, crescendo de forma assustadora, tornando impossível sua quitação.

Contudo, existem saídas para essa situação, sendo que a principal é o uso consciente. Mas para quem já se perdeu na utilização, um bom caminho é uma ação revisional, que consiste na revisão da taxa de juros, da cobrança de juros sobre juros, tarifas e seguros.

Nessa situação o consumidor precisa buscar um advogado para iniciar uma ação de revisão dos valores legalmente, pois, nessa se deve contestar abusos, dentre outras práticas podem ser citadas ações abusivas, juros capitalizados e indexadores ilegais.

Já existem situações de obtenção de decisões favoráveis. Contudo, para reforçar o sucesso da ação de revisão de juros e taxas abusivas é importante que se elabore um laudo técnico, verificando as faturas dos últimos 5 anos, essa conta demonstrada matematicamente e reforçada com a apropriada base legal irá reduzir em muito sua dívida com os cartões de crédito.

Gilberto de Jesus da Rocha Bento Júnior é advogado, contabilista e sócio da Bento Jr. Advogados. Especializado em direito tributário, direito empresarial, direito processual, empreendedorismo e direito constitucional.
Fonte: Portal do Consumidor - maio/16

Está com o "nome sujo na praça"? Saiba como regularizar sua situação

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O Procon-SP dá todo o passo a passo sobre como limpar seu nome dos serviços de proteção ao crédito; confira as dicas

Em tempos de crise, muitas pessoas tornam-se inadimplentes. Só na cidade de São Paulo, dados da FecomercioSP mostram que, em abril, mais da metade das famílias estão endividadas. No País, são mais de 60 milhões de pessoas nesta situação, segundo a Serasa Experian. Se você teve seu “nome sujo” e deseja limpá-lo, o Brasil Econômico traz um passo a passo das ações necessárias para fazê-lo, baseado em dicas da Fundação Procon-SP.

As dicas traçam cenários diversos, possíveis para a inadimplência, e podem te ajudar a regularizar sua situação junto aos bancos, cartórios e serviços de proteção ao crédito. Veja. 

Cheques

Todos os cheques sem fundo são registrados no CCF (Centro de Emitentes de Cheques sem Fundo do Banco Central). Se o seu problema de endividamento for este, você deverá reaver o cheque em questão no local indicado pelo fornecedor – ou mesmo com o próprio fornecedor. Para tanto, deverá pagar o débito (valor grafado no cheque, correção monetária e juros de mora), gerando uma carta de anuência com firma reconhecida (que é a declaração de pagamento).

Depois disso, você deve entregar na agência bancária (de origem da conta): o documento de quitação de débito, a cópia do cheque que deu origem à ocorrência e a certidão negativa de protesto emitida pelo Cartório de Protesto da cidade onde possui a conta corrente. Você também precisará pagar uma taxa, já pré-estabelecida pelo Banco Central, para a respectiva baixa no CCF.

Cartório

Se o débito (desde que checado previamente) vier de nota promissória, duplicata, letra de câmbio ou cheque sem fundo estiver em cartório, você só precisará pagar o valor impresso na intimação, sem extras. Porém, caso o prazo estipulado na intimação esteja vencido, a dívida só poderá ser quitada junto ao credor. Se você não sabe qual o local de origem do protesto, basta procurar o distribuidor de protestos (cartório centralizador da capital) e solicitar uma busca.

Depois da quitação do pagamento, você deverá entregar os comprovantes com firma reconhecida (carta de anuência e/ou recibo de pagamento) no cartório onde o título foi protestado para que seja efetuada a baixa. O Procon-SP recomenda que você pergunte quanto tempo irá levar para o cancelamento do registro.

SPC ou Serasa

Após a quitação da dívida com o credor, este deverá contatar os cadastros de proteção ao crédito – como o SPC ou Serasa Experian - a fim de solicitar a exclusão do nome do consumidor.

O Procon-SP destaca que o nome do inadimplente não poderá ser enviado aos cadastros de proteção ao crédito se a dívida estiver sendo discutida judicialmente. Além disso, a pessoa deve ser sempre avisada previamente.

Uma vez quitada a dívida, o nome do inadimplente deve ser retirado do banco de dados imediatamente. Em caso de acordo, isto deverá acontecer a partir do pagamento da primeira parcela. Depois disso, para assegurar que o nome já está limpo, o consumidor deve tirar um extrato no cartório e no SPC – Serviço de Proteção ao Crédito, além de uma certidão negativa.

Se o consumidor constatar que seu nome está na lista do Serasa ou do SPC por erro, deve procurar a instituição que consta como informante e solicitar o cancelamento. Se a inclusão for, comprovadamente, indevida e este fato resultar em algum prejuízo, o consumidor poderá pleitear judicialmente indenização por perdas e danos.

Além disso, as instituições de proteção ao crédito não podem fornecer ou manter em seus registros informações negativas referentes a período superior a cinco anos. Isso, porém, não significa que a dívida deixou de existir.
Fonte: Procon SP

Manter muitos cartões em tempos de juros altos é uma cilada

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Você abre a carteira e nem sabe qual cartão de crédito usar? Cuidado, pois ter muitos cartões traz riscos, como o descontrole financeiro.

“A pessoa acaba se endividando mais e usa o saldo de um cartão para pagar a fatura do outro, até as operadoras cortarem o crédito e a pessoa acabar diante de uma dívida muito grande”, afirmou Ezequiel Penteado, professor da IBE-FGV, especialista em Finanças, Contabilidade, Tributação e Gestão de Pessoas.

Ele fez ainda um alerta sobre os juros elevados do cartão de crédito – os maiores praticados no mercado. Em março, os juros médios chegaram a 432,24% ao ano, o maior nível desde outubro de 1995, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Quando você não paga o valor total da fatura, são estes os juros que a operadora te cobra.

Se você tem mais de um cartão de crédito e quer se organizar para ter apenas um, tente trocar as dívidas do cartão por dívidas de juros mais baratos, como as de empréstimo consignado ou bancário. “A pessoa troca uma dívida por outra, mas com juros menores e assim pode ter mais flexibilidade e um prazo maior para pagar”, afirmou o professor.

De acordo com ele, quando a pessoa é muito controlada e organizada, até pode ter dois cartões, para ter prazos diferentes de pagamento. “Mas é preciso ter um bom controle para não extrapolar (nos gastos)”, disse ele.

Existe uma situação que merece atenção redobrada: quando você tem interesse em fazer um financiamento em um banco diferente do seu, as instituições costumam te pressionar a abrir uma conta corrente e enviam um novo cartão de crédito. A prática é considerada venda casada e cabe reclamação junto aos órgãos de defesa do consumidor. Não justifica colocar mais um cartão na bolsa por pressão do banco.

Mas o perigo não é só esse. Quem tem o hábito de frequentar lojas de departamento já conhece uma abordagem típica dos vendedores: oferecem descontos e melhores condições de pagamento das peças se você fizer o cartão da loja. A grande cilada é que se você não ficar atenta às datas de vencimento, pode pagar juros absurdos. Além disso, a isca só serve para que você consuma mais do que realmente precisa. Na hora de repor alguma peça em seu armário, o melhor é pagar a vista, justamente para evitar o consumo por impulso. 

Se você está com dívidas, pense bem antes de solicitar novos cartões de crédito. Além de maior risco de endividamento, quem tem mais de um cartão deve levar em conta que pagará mais tarifas e anuidades, o que poderá aumentar a desorganização financeira.

Então, se você for uma pessoa com histórico de descontrole financeiro, o mais recomendado é colocar as contas em dia, fazer um bom planejamento de gastos e ter a menor quantidade possível de cartões de crédito. “Quem tem um bom controle financeiro não costuma ter mais de dois”, concluiu Penteado.
Fonte: Portal do Consumidor - 12/05/2016

Cartilha grátis traz dicas de consumidores para economizar

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Desemprego em alta, renda em baixa, economia em recessão. Nesse cenário, muitos brasileiros precisam cortar gastos antes considerados essenciais para não se endividarem. Para os que já estão endividados, é preciso apertar ainda mais o orçamento. 

A Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) ouviu mais de mil consumidores, que relataram o que têm feito para economizar e enfrentar a crise. As estratégias foram reunidas na cartilha "Dicas de Ouro para Você Economizar".

O material é gratuito e está disponível para download por meio do link: http://zip.net/bjrF9j (endereço encurtado e seguro). Para baixar o arquivo, é preciso informar nome, e-mail e CPF.

O UOL selecionou 10 dicas. Confira.

1. Avalie cada compra

Pense antes: você precisa mesmo disso? Se for comprar, compare o preço antes, em mais de três lugares. Use a internet também para procurar produtos com desconto.

2. Prefira pagar à vista

Prefira sempre comprar à vista para não se apertar no fim do mês. Se optar pelo parcelamento, fique atento aos juros. Evite pagar o valor mínimo do cartão de crédito ou entrar no cheque especial.

3. Pechinche

Sempre que possível, pechinche. Outra sugestão: faça a compra do mês em diferentes supermercados, aproveitando as promoções de cada um.

4. Resista às compras por impulso

Sempre que sobrar algum dinheiro, resista a fazer uma compra mesmo que dê para pagar. Compre apenas o necessário e poupe. Gastos inesperados não mandam aviso.

5. Crie metas para economizar

Para a família não entrar no vermelho, ou para sair dele, é preciso que cada um faça a sua parte. Crie metas de economia para gastos recorrentes, como conta de luz e de água, e tome medidas para a alcançá-las.

6. Desligue os aparelhos

Desligue todos os equipamentos eletrônicos de casa possíveis antes de sair para trabalhar (a geladeira não pode!).

7. Tire o carregador da tomada

Assim que terminar de recarregar o celular ou outros equipamentos, tire os carregadores da tomada.

8. Reaproveite a água

Reutilize a água da máquina de lavar, durante as trocas de água, para lavar o quintal ou dar descarga no banheiro.

9. Economize no lazer

Opte por programas de lazer mais econômicos, como passear em parques ao ar livre ou assistir a filmes em casa. Reduza passeios no shopping, cinemas, viagens ou comer na rua.

10. Pague-se primeiro

Estabeleça uma meta de poupança. Todo mês, assim que receber seu salário, separe um valor (por exemplo 15%) e guarde-o. Dê a este valor a mesma importância que você dá a uma conta que paga todos os meses. Desemprego em alta, renda em baixa, economia em recessão. Nesse cenário, muitos brasileiros precisam cortar gastos antes considerados essenciais para não se endividarem. Para os que já estão endividados, é preciso apertar ainda mais o orçamento.
Fonte: Uol